A verticalização na saúde suplementar, representa uma mudança no mercado de saúde.

De forma geral, as dificuldades relacionadas à verticalização na saúde suplementar tiram o sono de gestores das instituições de saúde brasileiras.

Quer ficar por dentro do assunto? Neste post mostraremos no que consiste a verticalização, quais os motivos que o levam a ganhar força bem como os hospitais podem agir para amenizar suas consequências. Boa leitura!

O que é verticalização na saúde suplementar?

A verticalização na saúde suplementar costuma ocorrer em duas situações.

  1. Hospitais passam a investir na criação de planos de saúde com o fim de atender autonomamente as próprias demandas.
  2. Operadoras de planos de saúde constroem ou adquirem hospitais, laboratórios e outras instituições de saúde, e como resultado estabelecem uma rede própria e presta serviço a seus usuários.

Este movimento é a chamada verticalização na saúde suplementar.

O fenômeno, no entanto, não é nenhuma novidade para o mercado da saúde.

Os primeiros sinais começaram a aparecer já na década de 1980, quando alguns hospitais começaram a elaborar seus próprios planos de saúde.

A partir daí, a verticalização na saúde suplementar se fortaleceu aos poucos.

Logo após o anos 2000, o movimento teve uma inversão.

As operadoras de saúde passaram a ver vantagem em tomar conta dos próprios serviços e fizeram saltar os investimentos.

Nos últimos anos, o cenário em questão atravessa um crescimento acelerado.

Assim sendo, coloca em lados opostos duas questões-chave que envolvem a área: a qualidade da assistência e o resultado econômico obtido por meio dela.

Quais são os motivos e os efeitos da verticalização?

Por conseqüência da expectativa de resultados da verticalização da saúde suplementar, as operadoras de planos de saúde vêm investindo na criação de instituições próprias.

Isso acontece sobretudo pelo modelo atual de remuneração.

Com o Fee for service, quanto mais o hospital utilizar recursos maior é a sua remuneração.

Nesse sentido, para se proteger do uso desnecessário de recursos, as operadoras investiram em estruturas de auditoria e controle.

Assim verificam a atuação dos hospitais, realizando glosas e desencorajando o abuso.

Por outro lado, as instituições também criam estruturas para recorrer de glosas, fundamentar a solicitação de exames e o uso de materiais e medicamentos.

Este cabo de guerra gera custos elevados para os dois lados. Dessa forma, as operadoras encontraram na criação de hospitais próprios uma forma de  amenizar os altos custos de contratação de serviços terceirizados.

Impacto para os hospitais privados

O impacto da verticalização pode ser catastrófico para alguns hospitais privados e filantrópicos.

Imagine um cenário no qual um hospital tem mais de 50% de sua demanda gerada por uma única operadora.

Este cenário não é tão incomum.  O que vai acontecer com essa instituição se a operadora construir um hospital próprio na região?

Exato. A operadora vai direcionar seus pacientes para seu hospital, esvaziando o antigo prestador.

Impacto para o paciente

A verticalização na saúde suplementar tem reflexos também na própria liberdade de escolha do paciente.

Em vez de poder optar pelo médico de sua preferência, ou o hospital de sua preferência, ele se veria induzido a possibilidades limitadas de profissionais que integrariam o corpo médico do próprio hospital do plano.

A consequência poderia ser nefasta. Pode colocar em xeque a qualidade do serviço e do atendimento, substituindo-a simplesmente pela sustentabilidade do negócio.

Como o hospital pode lidar com isso?

Para concorrer com o fenômeno da verticalização na saúde suplementar, os hospitais precisam buscar alternativas com o objetivo de sobreviver ao mercado.

Abaixo, veja dicas práticas de comportamentos a serem tomados nesse sentido.

Fortalecendo a relação com os planos de saúde

Hospitais e operadoras de planos de saúde vivem um eterno impasse: o lucro do primeiro, por vezes, representa prejuízos e perda de receita para o segundo.

Quanto maior a quantidade de atendimentos e serviços prestados a pacientes, mais o hospital ganha. Por outro lado, menor é o retorno dos planos de saúde.

O sucesso de um, portanto, jamais será o sucesso do outro no modelo fee for service.

Por isso, o que pode amenizar essa relação conturbada é a manutenção de uma aproximação neutra e transparente com os planos de saúde.

Quanto mais transparente for a relação, quanto mais informação e risco for compartilhado entre as partes, menor é a necessidade de auditorias, glosas, recursos de glosas, e todo o custo inerente à estes processos.

Para o compartilhamento de risco entre operadora e instituição, é fundamental que se busque novos modelos de remuneração. a ANS publicou um guia de modelos de remuneração que pode auxiliar neste processo.

Melhorando a gestão de custos

Com uma relação mais transparente entre operadora e instituição, a receita do hospital certamente terá uma maior participação de valores fixos. Isso ocorrerá através da implantação de modelos de remuneração baseados em pacotes, orçamento global, captação dentre outros.

Desta forma, o risco passa a ser compartilhado entre as partes, e um maior consumo de recursos gera uma maior receita para o hospital.

Neste cenário, a gestão de custos passa a ser uma atividade determinante para o resultado financeiro da instituição.

Quer saber mais sobre uma gestão de custos eficiente? Leia este artigo.

Então gestores, qual sua estratégia para reduzir os custos e mitigar os riscos da queda de demanda devido à verticalização?

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