O CAMINHO PARA O VALUE-BASED HEALTH CARE

O modelo de saúde mundial está mudando. Os melhores hospitais do Brasil já estão executando projetos de  saúde baseada em valor.
Não fique para trás! Confira no nosso e-book todas as informações necessárias para se iterar sobre o assunto.

As instituições hospitalares precisam adotar ações resolutivas. Isso significa que os gestores e profissionais envolvidos na cadeia de prestação de serviços devem oferecer aos pacientes uma solução rápida e eficiente para os problemas apresentados, prezando pelo tratamento mais adequado dentro de cada cenário. Além de todas as questões envolvendo a logística, outro fator que impacta esse contexto diz respeito ao custo. Independentemente de a instituição ser pública ou privada, os custos fazem parte do planejamento e do projeto da instituição como um todo. Por isso, a equação do sucesso de um desfecho clínico de qualidade e o custo das operações, e a eficiência dos resultados obtidos são dois temas debatidos entre os profissionais e gestores da área de saúde. É nesse contexto que se situa o Value-Based Health Care, expressão estadunidense que tem se estendido por todo o mundo.

Neste texto você tem acesso as seguintes informações:

O QUE É VALUE-BASED HEALTH CARE?

VALUE-BASED HEALTH CARE X FEE FOR SERVICE

QUAIS SÃO OS PILARES DO VALUE-BASED HEALTH CARE?

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DICAS PARA ACOMPANHAR O PACIENTE APÓS A ALTA HOSPITALAR?

CONCLUSÃO

SOBRE A NCI SAÚDE

O QUE É VALUE-BASED HEALTH CARE?

O Value-Based Health Care (VBHC), traduzido livremente como saúde baseada em valor, é um modelo que busca a geração de valor para os pacientes a um custo controlado. A geração de valor pode ser definida com a obtenção de resultados relevantes para os pacientes.

Sob essa perspectiva, o objetivo macro da estratégia é oferecer melhores cuidados aos pacientes, melhorando a saúde das populações a um custo mais baixo. O VBHC surgiu em 2014, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, com base em uma pesquisa realizada pelo professor universitário Michael Porter.

O conceito foi criado com o objetivo central de reestruturar os sistemas da saúde em todo o mundo, focando a ideia de acrescentar valor para os pacientes. Assim, em um modelo de assistência médica baseado no valor, os médicos podem colaborar mutuamente com outros colegas nos cuidados com um paciente. Com isso, em vez de se tomar decisões separadas e que podem levar a lacunas, são adotadas ações conjuntas e mais efetivas.

A grande vantagem do cuidado do VBHC é que ele incentiva os profissionais do setor de saúde a manterem seus pacientes saudáveis, o que representa uma redução  de custos com a saúde em longo prazo.

Um exemplo simples de redução desses custos está vinculado aos casos de readmissões hospitalares, situações nas quais um paciente dá entrada em um hospital dentro de um período especificado (em média, 30 dias) após receber alta de uma hospitalização inicial. As readmissões geram custos extremamente altos e, justamente, podem (e devem) ser evitadas por meio de um planejamento adequado pós alta do paciente.

Desta forma, existe no mercado uma expectativa que os futuros modelos de remuneração sejam baseados na geração de valor para seus pacientes, onde os envolvidos (médicos, hospitais, clínicas etc) são remunerados com base nos resultados de saúde de seus pacientes. Dessa maneira, a recompensa dada é por ajudar o paciente a melhorar, reduzindo os efeitos e incidência de doenças crônicas, além de possibilitar uma vida mais saudável.

VALUE-BASED HEALTH CARE X FEE FOR SERVICE

Também conhecido como “remuneração por serviço”, o Fee For Service é o modelo tradicionalmente utilizado, no qual tudo que é empregado em um atendimento é listado em uma fatura detalhada. Assim, a remuneração de cada serviço é feita com base em uma tabela de valores predefinidos que, quando concluída, é enviada para a operadora de saúde a fim de que o pagamento seja feito.

O grande problema desse modelo é que ele estimula o volume e a complexidade, e não a qualidade dos serviços prestados. Como o Fee For Service paga por volume, em vez de oferecer valor, os profissionais de saúde são incentivados a executar o maior número de tarefas, sem considerar a qualidade e a taxa de sucesso dos serviços.

O Value-Based Health Care difere da abordagem Fee For Service, pois é baseado nos resultados em saúde com relação ao custo de entrega de resultados, enquanto o FFS foca exclusivamente a quantidade de serviços de saúde prestados, e não a qualidade de vida e os resultados em benefício do paciente.

QUAIS SÃO OS PILARES DO VALUE-BASED HEALTH CARE?

Algumas instituições hospitalares já integraram o Value-Based Health Care em suas rotinas. Entretanto, ainda não é possível encontrar grandes sistemas em nível nacional que adotem essa modalidade. Ocorre que o grande potencial do VBHC será realizável apenas quando a abordagem for realizada em grande escala, em níveis regionais, nacionais e internacionais.

Com o objetivo de disseminar o Value-Based Health Care e tornar esse modelo uma realidade, o Fórum Econômico Mundial apontou quatro pilares de sustentação fundamentais da metodologia. São eles:

DADOS E INFORMAÇÕES EM SAÚDE

Para tornar possível a aplicação do Value-Based Health Care, é necessário que a instituição tenha uma boa infraestrutura de tecnologia da informação, que permita a coleta, organização, compartilhamento e análise de dados dos pacientes ao longo de um ciclo de atendimento.

Dessa maneira, os sistemas de informática em saúde permitem o compartilhamento de padrões de dados e informações que podem trazer inteligência para o planejamento e para a gestão da instituição hospitalar.

Vale lembrar que a tecnologia é uma aliada dos hospitais e a informatização da gestão traz benefícios como a redução de custos, a redução de erros, o aumento da produtividade, e a qualificação dos serviços prestados. Por isso, ela é uma ferramenta fundamental para a instituição.

BENCHMARKING E FERRAMENTAS DE PESQUISA

O benchmarking hospitalar é uma estratégia de gestão que tem o objetivo de melhorar o desempenho de uma instituição na área da saúde. Ele é aplicado com base em informações de gerenciamento obtidas em um processo de comparação entre duas ou mais entidades do mesmo setor.

Nesse sentido, o seu foco é realizar uma comparação entre o mercado e os seus resultados, relacionando-o com o que tem sido vivenciado pelo hospital em questão, visando encontrar alternativas que visem ao aperfeiçoamento dos processos.

Dados sobre os resultados de saúde ajudam a identificar as melhores práticas do mercado, reduzindo drasticamente a ineficiência. Para obter esse nível de detalhamento, o benchmarking é essencial.

Ferramentas de pesquisas e informações sobre mercados emergentes auxiliam na coleta de dados que permitem alcançar bons resultados em relação ao investimento em saúde. Além disso, sistemas de saúde mais antigos devem buscar nesses mercados emergentes os exemplos de boas práticas e orientações sobre como alcançar maior paridade entre os gastos com saúde e os resultados da instituição.

Na prática, é preciso medir, comparar, melhorar e avaliar, seguindo o contexto do benchmarking, para, depois de obter informações concretas, realizar as mudanças nos processos e protocolos. O caminho é unificar e alinhar as práticas com todos os funcionários e agentes envolvidos nos processos. Só assim, é possível ter um resultado eficiente.

GERENCIAMENTO DE MUDANÇAS

O terceiro pilar do VBHC é o gerenciamento de mudanças. A maior parte dos hospitais é organizada em torno da função em cada estágio da cadeia de atendimento.

Essa prática dificulta a transparência e coordenação efetiva da instituição. Na teoria, ela deveria permitir que os pacientes encontrassem o tratamento mais adequado, mas o seu problema, na prática, é que cada elo da cadeia é gerenciado separadamente, muitas vezes, impedindo que o resultado seja o mais favorável para o usuário do sistema de saúde.

O resultado disso é que os incentivos para os médicos costumam ser conflitantes. Na Suécia, por exemplo, os serviços de saúde estão baseados na hierarquia e não na demanda. Desse modo, independentemente da sua origem ou status, todos os pacientes passam pelo mesmo sistema e são tratados da mesma forma.

O resultado disso é que é oportunizado a todos os pacientes o recebimento do diagnóstico e tratamento mais adequados, o que, frequentemente, não acontece em outros serviços de saúde em função do sistema adotado.

GESTÃO DE PAGAMENTOS E INCENTIVOS

Por fim, o quarto pilar do Value-Based Health Care está atrelado à gestão de pagamentos e incentivos financeiros. Os modelos de remuneração atuais recompensam os profissionais pelo volume de tratamentos oferecidos, o que, indiretamente, incentiva o desperdício de recursos da saúde no âmbito da cadeia completa.

A proposta desse novo modelo é remunerar melhor aqueles hospitais e profissionais que entregam mais valor e qualidade para os pacientes. Isso pode ser feito por meio de um bônus pago pela operadora ao hospital. Dessa forma, o foco no paciente passa a ser vital para a sustentabilidade do modelo.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DICAS PARA ACOMPANHAR O PACIENTE APÓS A ALTA HOSPITALAR?

O Value-Based Health Care está vinculado a metodologias e estratégias que visem à saúde e ao bem-estar dos pacientes em longo prazo.
Nesse sentido, a prática considera a adoção de medidas específicas voltadas para o acompanhamento do paciente após a alta hospitalar.

Pensando nisso, elencamos a seguir 5 dicas de como as equipes hospitalares podem proceder visando à aplicação da metodologia e à criação de uma rotina dentro das suas equipes.

ESTRUTURE UM PROTOCOLO DE ACOMPANHAMENTO

Esse protocolo deve considerar etapas como a orientação, que é um dos aspectos mais importantes durante um tratamento médico, mesmo quando já houver alta hospitalar. É preciso informar a importância dos bons hábitos, da realização dos exames periódicos e da observação de novos sintomas.

Quando o paciente está ciente da necessidade de ficar atento com os cuidados da saúde, os riscos de voltar a ter uma nova internação hospitalar reduzem significativamente.

Além disso, ele deve considerar a manutenção de um contato com um paciente. Muitos profissionais de saúde perdem completamente o contato com o paciente após alta hospitalar. Essa prática acaba gerando uma descontinuidade no tratamento, o que aumenta a probabilidade de retorno daquela pessoa ao ambiente hospitalar.

Por isso, a ideia de manter o contato com o paciente permite que sejam tiradas possíveis dúvidas, ou ainda reforçadas orientações sobre o tratamento após a alta médica.

ELABORE QUESTIONÁRIOS E APLIQUE METODOLOGIAS DE MERCADO ESPECÍFICAS

A elaboração de um questionário, com entrevistas regulares aos pacientes, tanto dentro da área assistencial quanto de qualidade permite ao gestor ter acesso às informações importantes sobre o tratamento e o seu desfecho.

Nesse contexto, inserir questionários como Patient Health Questionnaire (PHQ) e o Patient-Reported Outcomes Measurement Information System (PROMIS) pode contribuir positivamente para os processos.

CONTE COM O APOIO DE UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Por fim, o apoio de uma equipe multidisciplinar após a alta hospitalar é um fator determinante na eficiência de todas as estratégias. O paciente oncológico, por exemplo, deve estar assistido por médicos oncologistas, mas também precisa do apoio de nutricionistas e psicólogos/psiquiatras, por exemplo.

Uma equipe que atua de forma conjunta tem condições de realizar um tratamento muito mais eficiente, voltado para a recuperação total e a qualidade de vida do seu paciente.

REGISTRE OS QUESTIONÁRIOS E ANALISE RESULTADOS

Com a conclusão desses levantamentos, é recomendado o registro dos questionários com a análise apurada dos resultados. Eles trarão dados e informações relevantes sobre ações que podem ser adotadas visando à qualificação do atendimento em saúde. Por fim, o quarto pilar do Value-Based Health Care está atrelado à gestão de pagamentos e incentivos financeiros. Os modelos de remuneração atuais recompensam os profissionais pelo volume de tratamentos oferecidos, o que, indiretamente, incentiva o desperdício de recursos da saúde no âmbito da cadeia completa.

A proposta desse novo modelo é remunerar melhor aqueles hospitais e profissionais que entregam mais valor e qualidade para os pacientes. Isso pode ser feito por meio de um bônus pago pela operadora ao hospital. Dessa forma, o foco no paciente passa a ser vital para a sustentabilidade do modelo.

CONCLUSÃO

Como você pôde ver ao longo deste e-book, os Estados Unidos foram promissores no Value-Based Health Care e essa metodologia vem se expandido para outros países, já que se apresenta como uma medida interessante para lidar com o aumento dos custos dos cuidados em saúde, bem como com a ineficiência das metodologias atualmente utilizadas.

Nos modelos baseados em valor, os médicos, hospitais e demais profissionais envolvidos são pagos para ajudar a melhorar a vida e a saúde das pessoas por meio de uma abordagem baseada em eficiência.

Dessa maneira, para alcançar um valor elevado para os pacientes, é preciso ter como foco principal a melhora e a qualidade da saúde dos pacientes. Isso é possível oferecendo mecanismos que beneficiem todos os envolvidos na cadeia, desde médicos e instituições até, é claro, pacientes. Em longo prazo, isso traz sustentabilidade para o sistema de saúde.

Reduzindo os custos com os cuidados de saúde e melhorando a qualidade dos resultados, o cuidado com a saúde deixa de ser medido pela quantidade dos serviços prestados e passa a ser calculado com base nos resultados obtidos.

Sobre a NCI Soluções em Saúde

Somos especialistas em gestão hospitalar e desenvolvimento de sistemas. Nossa plataforma de gestão de custos hospitalares já ajudou mais de 400 instituições a visualizar seus gaps e melhorar seus resultados.

Em parceria com a ANAHP, desenvolvemos o SINHA, o principal sistema de coleta e acompanhamento e benchmark de indicadores para os hospitais privados do Brasil.

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