O benchmarking hospitalar é uma estratégia de gestão aplicada com o objetivo de melhorar o desempenho de uma organização. Ele é executado com base em informações de gerenciamento obtidas em um processo de comparação entre duas ou mais instituições hospitalares.

Assim, o seu cerne está na realização de uma comparação entre o que está sendo aplicado pelo mercado e o que pode ser aplicado no hospital em questão, como medida de aperfeiçoamento de processos.

Os procedimentos adotados e os índices avaliados são muito específicos e variam de acordo com as especificidades de cada organização hospitalar. Entretanto, algumas dicas e boas práticas valem para todos os níveis e modelos de gestão — e é sobre elas que falaremos neste post.

Desenvolvemos este artigo com o objetivo de agregar informações relevantes sobre o benchmarking hospitalar e como ele pode ser direcionado dentro da sua organização, a fim de gerar resultados eficientes, permitindo que o hospital alcance um desempenho superior em seus processos. Quer saber como isso é possível? Continue a leitura deste post e descubra!

Quais são os principais índices que devem ser avaliados no benchmarking hospitalar?

Quando se fala em analisar dados com o objetivo de obter informações relevantes, é importante que o gestor tenha em mente as particularidades de cada organização e do mercado em que atua.

A avaliação comparativa é um método utilizado em diversos mercados, por isso a sua aplicabilidade não se limita a uma única área de conhecimento. Dentro de cada contexto e de cada estratégia de mercado são analisados diferentes índices, cada um deles adaptado às particularidades daquele negócio.

No nível hospitalar, os gestores estabelecem parâmetros que permitem delimitar alguns índices utilizados no processo de avaliação comparativa:

  • tempo médio de permanência no hospital;
  • tempo médio de faturamento de contas;
  • percentual de glosa hospitalar;
  • custo de procedimentos;
  • composição percentual de receitas por grupo (diárias e taxas, OPME, gases medicinais, etc.);
  • composição percentual de custos por grupo (medicamentos, materiais, pessoal etc.);
  • consumo de água e energia por paciente/dia;
  • rotatividade de pessoal (turnover);
  • taxa de ocupação dos leitos;
  • taxa de mortalidade;
  • taxa de pacientes residentes.

Esses são apenas alguns exemplos, razão pela qual é importante destacar que há inúmeros outros indicadores importantes e que podem integrar a estratégia de análise do hospital.

É interessante observar que só é possível realizar um benchmarking eficiente quando existe um delineamento com relação aos índices utilizados e uma padronização de informações das instituições hospitalares — já que só assim é possível avaliar a eficiência e a exatidão do processo comparativo.

Quais são as boas práticas para um benchmarking hospitalar eficiente?

A avaliação comparativa é uma ação extremamente interessante e que beneficia o mercado como um todo, já que tem como base o aperfeiçoamento de boas práticas. Entretanto, é importante que o gestor tenha em mente que ela é apenas o início de um longo processo.

A aplicação dessa metodologia permite verificar quais são as boas práticas mantidas pelas instituições hospitalares, permitindo uma troca de experiências entre as instituições. Entretanto, é importante destacar que a análise de números não é suficiente para melhorar a gestão e desempenho de um hospital: é necessário que o gestor esteja disposto a participar do processo integrando todas as áreas da instituição.

Além disso, a análise das informações obtidas no processo só se mostrará eficiente se o hospital estabelecer indicadores claros e que, em um segundo momento, se tornarão parte fundamental no processo de estabelecimento de metas.

É necessário ter em mente que esses indicadores devem ser mensuráveis e factíveis, a fim de que gerem mais eficiência para a gestão. Nesse sentido, é fundamental ter cuidado para que o hospital estabeleça metas reais e atingíveis, caso contrário o benchmarking pode causar o efeito contrário e, em vez de ajudar, se tornar um vilão da gestão eficiente.

Quais são os desafios para fazer o benchmarking hospitalar?

O primeiro grande desafio é eliminar a barreira de exposição das informações. Muitos hospitais têm receio de mostrar seus dados para realizar um processo de comparação com outras instituições. Esse receio acaba com todo o benchmarking, já que a troca de dados e experiências é imprescindível para permitir a análise dos indicadores.

Nesse sentido, é necessário que exista uma relação de confiança entre as organizações, cumulada com a intenção de alcançar bons resultados para todos os envolvidos.

Esse é um dos primeiros desafios e que merece destaque, uma vez que, enquanto os hospitais não estiverem abertos a aplicar essa prática e a trocarem informações entre si, o processo de avaliação comparativa se torna inviável.

O segundo desafio é a ficha de indicadores: é essencial que os indicadores dos hospitais comparados respeitem as mesmas diretrizes. Quando o tempo de permanência computado entre os dois hospitais é feito de maneira diferente, ele não deve ser considerado, uma vez que os resultados vão apresentar realidades baseadas em premissas distintas. Isso significa que o resultado não vai refletir uma informação que possa ser comparada entre as unidades.

Nesse mesmo sentido, outro exemplo é o custo de uma diária hospitalar. Esse custo pode ter taxas diferentes entre duas instituições, motivo pelo qual é necessário considerar as mesmas taxas entre os dois hospitais para que a comparação possa ser feita de forma eficiente.

É importante que os hospitais invistam na manutenção de dados corretos, verificando se as informações conferem para que seja feita a distribuição de dados.

A diferença entre a ficha técnica dos indicadores é um erro bastante comum e que faz com que o processo de comparação seja feito de forma inadequada.

Por fim, o terceiro erro e que merece destaque é a inexistência um profissional ou de uma empresa responsável pela organização do benchmarking e pela análise dos dados. Por se tratar de um procedimento bem direcionado, é necessário que exista uma pessoa responsável pela sua gestão, organização e aplicação prática.

Como melhorar a gestão de dados do hospital?

Investir no benchmarking é fundamental para que o mercado se beneficie de boas práticas e garanta o desempenho de uma gestão mais eficiente. Entretanto, para que isso se torne possível, é necessário estar apoiado na organização dos dados.

Coletar, gerir e visualizar as informações de forma ordenada e direcionada são ações necessárias não só no processo de benchmarking, mas na gestão estratégica como um todo.

Nesse contexto, uma das formas mais utilizadas pelos hospitais para gerir suas informações é por meio das plataformas específicas, focadas na organização dos dados e na capacidade de visualização dessas informações.

Softwares específicos ajudam na padronização dos indicadores, o que é imprescindível para a gestão e distribuição de informações. Isso garante mais eficiência e permite o aperfeiçoamento das práticas, agregando qualidade e destacando a instituição dentro do mercado em que ela atua.

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